quinta-feira, 18 de setembro de 2008

NESTES DIAS

Ando entre os extremos
de uma mesma estrada.
Oscilo entre o pranto e a alegria.
Vacilo entre a demência e a harmonia.

Ando aconchegando a solidão
em minha alma entristecida,
consciente do meu pecado
cujo único propósito, era ser feliz.
Convalescente deste mundo doente.

Ando apressada como os destemidos,
sem pressa como desanimada.
Recito Clarice Lispector
suplicando coragem num poema.

Ando amando
sem poder ser amada
plenamente, sem conflitos,
culpas e tormentos.
Aprendendo na dura jornada.

Ando cortando atalhos
nos labirintos da vida.
Temente ao romper da aurora,
descrente nos gestos humanos.

Ando calada, como quem ora.
Oh meu Senhor!
Carente dos teus afagos,
sedenta de tua comiseração,
ansiosa por teu sopro inspirador.


DORA OLIVEIRA

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